Alterações na meia-idade

Para falar de alterações na meia idade é preciso que se tenha claro o que é “estar na meia idade” e o significado destas alterações. A idade em números, cronológica, não é possível definir ao certo, pois é uma fase da vida, determinada pelos sentimentos e emoções próprios dela.
Alterações ou transformações, mudanças ou modificações são termos que neste texto serão considerados sinônimos.
Ao nascer a criança possui uma constituição física e comportamentos que são previstos e que só valem para aquele momento da vida. Essa criança cresce, seu corpo se modifica e também a sua maneira de agir e reagir aos estímulos do meio no qual está inserida. Valores e conceitos são passados por seus responsáveis e regradas de conduta são, novamente estabelecidas; é uma fase da vida.
Chega a fase da vida que é vista por muitas pessoas como sendo a mais turbulenta. Nesta fase ocorre a luta pela obtenção de uma auto-imagem, separada, clara e positiva. Dentro desse processo, muitas vezes, os adolescentes discordam dos pais em relação a idéias, crenças e valores, deixando a família fragilizada e impotente diante de algumas situações.
Como tudo passa na vida, essa fase também é transitória; a filha “aprende” a ser mulher, e o filho “aprende”a ser homem. Aprender a “ser” pode se confundir com seguir orientações. O problema das orientações recebidas de como ser homem ou mulher, é que elas podem vir com prazo de validade, irão ser úteis até determinada idade.
Muitas pessoas se unem maritalmente, geram filhos e relacionam-se com seus companheiros (as) seguindo as instruções recebidas. Quando estes filhos chegam a fase da adolescência ou adulta, fazem o que seus pais um dia fizeram: deixam o “ninho”, vão voar sozinhos, lançam-se na vida e os pais deveriam seguir em frente.
Seguir em frente de que jeito? As orientações acabaram, o prazo de validade venceu. A “bula da vida” chegou ao fim. O que fazer diante do que você está sentindo? Cuidar de quem? Muitas vezes já se está com uma situação financeira estável onde sobraria tempo para outras atividades.
As atividades devem ser reaprendidas, como, por exemplo, conhecer gente nova, lugares diferentes, novas ocupações e namorar novamente. Essas atividades parecem fazer parte das orientações da adolescência. É necessário reeditar as instruções e soma-las a experiência dos anos vividos o resulta em algo muito conhecido: a maturidade.
Maturidade é o entendimento da interdependência entre as pessoas e a través desse entendimento “ser independente”. Ser independente no pensamento, ter sua própria visão da realidade sem a necessidade de realizar “malabarismos mentais” para atender as expectativas do meio social.
Para aqueles que são ou continuam casados, a sua relação conjugal terá uma nova função e cabe ao casal explora-la. Não ter mais de cuidar dos filhos deixaria mais tempo livre para a auto-reflexão do casal e uma nova fase de enamoramento.
Para àquelas pessoas que já não estão casadas ou nunca estiveram numa relação conjugal, mas os filhos eram o seu elo de ligação com a vida ou a dependência deles alimentava a vida do adulto, ficar só é morrer aos poucos.
A constituição física seja de resistência ou estética, contribui para um sentimento de menos valia. O corpo já não responde aos estímulos sexuais com a prontidão e rapidez desejada. São alterações involuntárias, inexplicáveis ainda que naturais, que podem levar a uma sensação de incompetência. Já não sou capaz de fazer o que fazia.
Essa sensação de incompetência que se inicia, muitas vezes, no campo sexual e se expande para outras áreas, alterando comportamentos e atitudes podem levar a estados de depressão com a possibilidade de somatização desses sentimentos em doenças que acometem o corpo físico.
Diante desse quadro que se apresentou é possível sentir e ser competente a partir da “meia idade”. Não será a força física, performance sexual ou beleza estética que determinará a dose de alegria e o prazer de viver; mas o quanto se sabe viver e obter prazer de outras fontes que não aquelas que tiveram sua validade vencida.
É necessário um processo de auto-conhecimento para entender por que se faz determinadas coisas e sente-se outras e passar a fazer tudo aquilo que realmente nos agrada, nos proporciona um bem estar e nos devolve a vontade de viver. A promoção desse bem estar é uma das tarefas de todos nós, e o psicólogo pode auxiliar nesse processo.

Eu amo pessoas “San Francisco”

FALHAS
Uma das coisas que fascinam na cidade de San Francisco é ela estar localizada sobre a falha de San Andreas, que provoca pequenos abalos sísmicos de vez em quando e grandes terremotos de tempos em tempos. Você está muito faceiro caminhando pela cidade, e de uma hora para outra pode perder o chão, ver tudo sair do lugar, ficar tontinho, tontinho.
É pouco provável que vá acontecer justo quando você estiver lá, mas existe a possibilidade, e isso amedronta, mas, ao mesmo tempo excita, vai dizer que não?
Assim também são as pessoas interessantes: TÊM FALHAS. Pessoas perfeitas são como Viena, uma cidade linda, limpa, onde tudo funciona e você quase morre de tédio. Pessoas, como cidades, não precisam ser excessivamente bonitas. É fundamental que tenham sinais de expressão no rosto, um nariz com personalidade, um vinco na testa que as caracterize. Pessoas, como cidades, precisam ser limpas, mas, não ao ponto de não possuírem máculas. É preciso suar na hora do cansaço, é preciso ter um cheiro próprio, uma camiseta velha para dormir, um jeans quase transparente de tanto que foi usado, um batom que escapou dos lábios depois de um beijo, um rímel que borrou um pouquinho quando você chorou. Pessoas, como cidades, têm que funcionar, mas não podem ser previsíveis. De vez em quando, sem abusar muito da licença, devem ser INSENSATAS, ligeiramente PASSIONAIS, demonstrar um CERTO DESATINO, ir contra alguns prognósticos, COMETER ERROS de julgamento e pedir desculpas depois, PEDIR DESCULPAS SEMPRE, para poder ter crédito e errar outra vez. Pessoas, como cidades, devem dar vontade de visitar, devem satisfazer nossa necessidade de viver momentos sublimes, devem ser calorosas, ser generosas e abrir suas portas, devem nos fazer querer voltar, porém não devem nos deixar 100% seguros, nunca. Uma pequena dose de apreensão e cuidado devem provocar. Nunca deve-se deixar os outros esquecerem que pessoas, assim como cidades,
têm RACHADURAS INTERNAS, portanto podem surpreender.
Falhas. Agradeça as suas, que é o que HUMANIZA você, e nos FASCINA.

Martha Medeiros

Espaço para a mulher

dsc00550.jpgDiante das exigências a que todos nós somos submetidas no nosso dia-a-dia, surgem muitas dúvidas sobre o papel a desempenhar nos diversos cenários.

Você já pensou em ter um espaço para discutir sobre questões do universo feminino?

Pensamos em alguns temas para promover estes encontros:

  • A mulher e a sexualidade
  • A mulher e o dinheiro
  • A mulher a possibilidade de maternidade
  • A mulher as fases da vida
  • A mulher nas relações sociais
  • A mulher na relação conjugal
  • A mulher no papel de filha
  • A mulher no papel de esposa
  • A mulher nas relações de trabalho
  • A mulher e o processo de envelhecer
  • A mulher e sua saúde
  • A mulher na relação com seu corpo
  • A mulher diante das perdas

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